1 - Nem todos os sobrenomes de origem animal e/ou botânica
são de origem Judaica. Alguns, porém tem essa procedência sem
dúvida.
2 - O Nordeste Brasileiro foi sim colonizado por
Judeus. A ilha de Itamaracá na costa Pernambucana foi a primeira
colonização Judaica do país. Conhecem a música de roda: "Essa
ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá?"
Essa música é uma referência a uma das matriarcas do Judaísmo Leah, e a
dança ciranda é uma paródia da Hora dança hebraica que, pasmem, é igualzinha
a ciranda...
3 - Em seguida envio um texto muito interessante com alguns
fatos pitorescos remanescentes a cultura Judaica que o Brasil incorporou
em seu dia-a-dia. Existem mais de 10 milhões de brasileiros
que podem ser considerados descendentes de Judeus. Sua grande
maioria está no Norte e Nordeste além de Minas Gerais.
4 - Sugiro como leitura e fonte de referência a historiadora da USP Anita Novinski que é uma expert mundial nos Anusim (aqueles que foram convertidos
a força) no Brasil.
4 - Sugiro como leitura e fonte de referência a historiadora da USP Anita Novinski que é uma expert mundial nos Anusim (aqueles que foram convertidos
a força) no Brasil.
A ERA DOS DESCOBRIMENTOS
Apenas três anos antes do descobrimento do Brasil o número de judeus em Portugal ultrapassava a casa dos 10% da população. Cem mil judeus expulsos da Espanha em 1492 tinham procurado refúgio no país vizinho, pela própria proximidade geográfica, vindo se somar à já existente e próspera coletividade israelita do país. Portugal, à época, tinha uma população estimada em um milhão de habitantes. Por volta de 1496, quatro anos após a chegada dessa numerosa e qualificada leva migratória à terrinha, D. Manuel, o Venturoso, tido como "muy amigo" dos judeus, pediu a mão da filha dos Reis de Espanha, Isabel e Fernando, cujos nomes provocam, até hoje, arrepios em muitos sefaradis. A princesa, que não era esbelta nem esperta, foi buscar orientação com seu confessor, o temível Torquemada, que proibiu terminantemente sua entrada em solo português enquanto existissem judeus no país. D. Manuel estava em uma sinuca de bico.
Por um lado, precisava dos judeus, alfabetizados, cultos,
poliglotas, em cujo seio era possível encontrar médicos, astrônomos,
tradutores e artesãos experientes no manejo do couro e dos metais, em uma
época em que Portugal se
lançava aos grandes descobrimentos marítimos e precisava dessa mão de obra
altamente qualificada. Por outro, o soberano português temia,
com justa razão, a presença ao seu lado de uma Espanha militarizada e
agressiva que acabara de conquistar a Andaluzia aos árabes e expulsar os
judeus do país. Espanha essa que possuía população e território muitas
vezes superior ao de Portugal, um pequeno país espremido entre o mar e seu
nada amistoso vizinho.
BATISMO EM PÉ
BATISMO EM PÉ
Com esse casamento, D. Manuel esperava matar dois coelhos de uma só vez. Além de constituir família e garantir a continuidade da sua dinastia, afastava, pelo menos momentaneamente, a ameaça de uma anexação de Portugal pela Espanha. Todavia, como resolver a delicada questão dos judeus, de que ele tanto precisava? No domingo de Ramos de 1497 D. Manuel convidou os israelitas da capital portuguesa para um grande encontro na Praça do Comércio, bem em frente ao Tejo, com a promessa de que embarcaria em navios que os levariam à Terra Santa, sonho da imensa maioria dos judeus ibéricos. Ao mesmo tempo, em segredo, convocou o maior número possível de padres, a quem foi distribuída uma grande quantidade da assim chamada água benta, no episódio conhecido como "batismo em pé".
Enquanto os religiosos católicos aspergiam a água dita
santa sobre a multidão que se acotovelava no cais, D. Manuel, feliz da
vida, enviava seu emissário à corte espanhola para avisar que não havia
mais judeus em Portugal, só cristãos. E os judeus, olhos fixos
no horizonte, "ficaram a ver navios", pois além de ludibriados
com a falsa promessa da viagem à Terra Prometida, ainda tinham sido
convertidos, contra a vontade, em cristãos. Cristãos
de segunda classe, diga-se de passagem, pois estavam proibidos de ocupar
cargos no governo, no clero e na oficialidade militar.
Esse lamentável episódio se, por um lado, evidenciou uma
atitude de total desrespeito à liberdade religiosa em relação a uma parcela
ponderável da população, por outro serviu para deixar uma marca indelével e
inequívoca da presença judaica na formação do inconsciente coletivo de
portugueses e brasileiros, o que pode ser constatado ao se analisar certos
hábitos, muitos provérbios e até mesmo algumas estranhas superstições que se
incorporaram à nossa maneira de ser. A própria expressão "ficar a ver
navios", para citar um exemplo, acabou sendo agregada ao vocabulário popular,
servindo para designar uma situação de promessa não cumprida, de enganação, de
desejo frustrado. Teria sido esse "ficar a ver navios" a única
evidência da presença judaica no dia-a-dia da população luso-brasileira, de
suposta maioria cristã? Claro que não e o objetivo deste artigo é exatamente o
de utilizar artifícios freudianos para resgatar, dos profundos e nebulosos
meandros do inconsciente para o estado de consciência plena, uma série de fatos
que evidenciam, de forma cabal e inequívoca, a forte presença judaica nos
hábitos da população brasileira.
"PÃO-DURISMO MINEIRO": MITO OU REALIDADE?
Os judeus participaram de todos os ciclos da economia
brasileira, inclusive o do ouro e pedras preciosas das Minas Gerais.
Obrigados a se manter no anonimato, para não serem denunciados à
Inquisição e ao mesmo tempo preocupados em seguir as regras dietéticas da
kashrut (1), desenvolveram um mobiliário que permitia agradar a gregos e
troianos, que é a famosa "mesa com gavetas" dos mineiros. Em que
consistia? Muito simples: as mesas das cozinhas e copas onde eram realizadas as
refeições dispunham de gavetas estrategicamente dispostas no lugar onde os
comensais deveriam sentar. A cada refeição, eram preparados dois pratos para
cada pessoa. Um, taref (2), para inglês ver, no caso de chegar alguma visita
inesperada, composto pelos alimentos habituais da cozinha mineira, como
lingüiça, torresmo, leitão e outros quitutes que, além de seu elevado teor
calórico, eram proibidos aos judeus.
O outro prato
continha os alimentos preparados segundo a tradição judaica de não misturar
carne com leite e derivados, de evitar a ingestão de crustáceos e peixes sem
escamas e uma série de outras recomendações, especialmente a de não consumir
carne ou gordura de porco. E era um tal de bota e tira os pratos nas tais
gavetas a cada aproximação de um estranho que o zé povinho acabou forjando a
lenda de que os mineiros eram pão-duros, pois preparavam dois tipos de comida.
Uma, de melhor qualidade e sabor, para o pessoal da casa e outra, mais simples,
para o caso de chegar uma visita inesperada.
FESTIVAL DA ALHEIRA
Quem freqüenta, no Rio, as sinagogas Shel Guemilut ou ARI, já teve a oportunidade de passar pela frente de um tradicional restaurante português localizado nas proximidades. Esse estabelecimento costuma realizar, todos os anos, um "Festival da Alheira", ansiosamente aguardado pelos apreciadores da boa mesa. Mas afinal, o que vem a ser a alheira? Uma das evidências para um judeu ser denunciado à Inquisição era o fato de não comer carne suína, especialmente os embutidos com ela preparados, como o presunto, os salames e as lingüiças. Uma casa portuguesa genuinamente cristã deveria exibir, penduradas e à vista de todos, fieiras de embutido s de porco preparados com essa carne considerada impura pelas leis dietéticas judaicas.
FESTIVAL DA ALHEIRA
Quem freqüenta, no Rio, as sinagogas Shel Guemilut ou ARI, já teve a oportunidade de passar pela frente de um tradicional restaurante português localizado nas proximidades. Esse estabelecimento costuma realizar, todos os anos, um "Festival da Alheira", ansiosamente aguardado pelos apreciadores da boa mesa. Mas afinal, o que vem a ser a alheira? Uma das evidências para um judeu ser denunciado à Inquisição era o fato de não comer carne suína, especialmente os embutidos com ela preparados, como o presunto, os salames e as lingüiças. Uma casa portuguesa genuinamente cristã deveria exibir, penduradas e à vista de todos, fieiras de embutido s de porco preparados com essa carne considerada impura pelas leis dietéticas judaicas.
Os israelitas portugueses, especialmente das regiões da
Beira Alta e Trás os Montes, logo se deram conta do risco que corriam ao não
exibir essa tradicional - e proibida - iguaria no entorno de suas casas.
Criaram uma falsa lingüiça que, ao invés do porco utilizava carne de gado. No
lugar do toucinho, de cor branca, colocavam nacos de pão e, para mascarar o
cheiro, folhas de um arbusto da região de nome alheira que possuía um forte
odor, semelhante ao do alho. Além de afastada a razão para uma possível
denúncia, estava criado um novo e delicioso prato, que até hoje faz a festa em
muitas casas e estabelecimentos especializados em culinária regional
portuguesa. Mas atenção, antes de pedir uma alheira em um restaurante de comida
portuguesa, bata um papo com o maitre a respeito do seu conteúdo, pois muitos
fabricantes do produto, desinformados sobre a origem e o valor histórico da
iguaria, acabaram substituindo a carne bovina por... adivinhe... nada mais nada
menos do que... porco.
PASSAR A MÃO NA CABEÇA
Quem já não ouviu ou pronunciou a expressão "passar a
mão na cabeça", que significa proteger ou mesmo fazer vista grossa
para um determinado fato? Se o leitor suspeita que essa frase esteja
relacionada ao ato judaico de abençoar alguém colocando as duas mãos sobre sua
cabeça ao mesmo tempo em que se pronuncia uma breve oração em hebraico, está
redondamente acertado. É mais uma prova da influência judaica na cultura
popular brasileira.
VESTIR A CARAPUÇA
É uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro
período da Inquisição em que os condenados eram obrigados a vestir trajes
ridículos ao comparecer aos julgamentos e Autos de Fé. Além do sambenito,
túnica com o formato de um poncho precisava colocar sobre a cabeça um longo e
pontiagudo chapéu, conhecido como carapuça. A frase "vestir a
carapuça" acabou sendo incorporada ao português escrito e falado com o
sentido de "assumir a culpa".
NÃO APONTAR PARA AS ESTRELAS
Apontar para uma estrela, segundo o conceito popular,
poderia causar o surgimento de uma verruga na extremidade do dedo infrator.
Qual a origem dessa crendice? É fácil de entender. O calendário judaico é
regido pela lua e o despontar da primeira estrela marca o início de um novo
dia, especialmente se esse dia for o Shabat (3). Antes da expulsão da Espanha
de 1492 e da conversão forçada de Portugal de 1497 era comum que as crianças
judias, ao entardecer das sextas-feiras, ficassem procurando no firmamento o brilho
da primeira estrela, indicativa da chegada de um dia muito especial. Era a
Estrela D'Alva, também conhecida como Vésper, mas que, na realidade, não é
exatamente uma estrela, mas sim o Planeta Vênus, que por brilhar com mais
intensidade se destaca dos outros corpos celestes. Quem apontasse primeiro
provavelmente ganharia a admiração dos mais velhos e, quem sabe até, algum
presente. De uma hora para outra esse gesto simples passou a ser denunciador da
condição judaica e a primeira coisa que as precavidas mamães fizeram foi
assustar seus filhos com a possibilidade do surgimento de uma baita verruga na
ponta do dedo. A Inquisição, felizmente, já acabou há bastante tempo, mas a
crendice ainda persiste em muitas regiões desse imenso país. Por isso, não se preocupe
quando vir uma criança ou adulto apontando para o céu. Mesmo porque já se sabe
que as verrugas são causadas por vírus e os dermatologistas dispõem de eficazes
tratamentos para erradicá-las.
OFERECER A BEBIDA AO SANTO
É comum em muitos bares e botequins de norte a sul do Brasil
despejar no chão o primeiro gole de aguardente, em sinal de respeito
"ao santo".Qual o santo? Nada mais nada menos do que o nosso
conhecido Eliyahu Hanavi (4), o Profeta Elias da tradição judaica. Nas mesas do
Seder (5) de Pessach (6) é costume reservar um lugar para o Profeta,
colocando-se um prato, talheres e um cálice com o delicioso vinho adocicado
especialmente preparado para a ocasião. Ninguém toca nesse cálice, reservado
para Elias.
Diz-se que, a cada ano, ele faz uma visita a todos os lares
judaicos durante o Pessach e não ficaria bem encontrar seu cálice sem o
precioso líquido. Com as perseguições aos judeus, começou a ficar perigoso
mencionar o nome de Elias, que passou a ser chamado de "santo". De
profeta para santo e de vinho para pinga foi um pulo.
COVA DE SETE PALMOS DE FUNDURA
O grande escritor e poeta João Cabral de Melo Neto
imortalizou nos versos de "Morte e Vida Severina" a estrofe que fala
de uma cova com sete palmos de fundura. É uma tradição 100% nordestina envolver
as pessoas falecidas em uma mortalha de linho, sepultando-a em cova preparada
em terra virgem com a profundidade de sete palmos. Também fazia parte da
tradição judaica ibérica, por ocasião da morte de um ente querido, ao invés de
sepultá-lo em um caixão, revestir seu corpo em uma mortalha confeccionada com
algodão ou linho e enterrá-lo em uma cova escavada igualmente em terra virgem e
com os mesmíssimos sete palmos de profundidade. Os homens costumavam ser
sepultado envolto no seu talit (7), manto com franjas utilizado durante as
cerimônias> religiosas. Coincidência? Nada disso.
A cerimônia doméstica do Shabat tem início logo após a dona
da casa ter acendido as duas velas do candelabro ritual e pronunciado a benção
própria para a ocasião. Quando isso acontece? Um pouco antes do pôr do sol das
sextas-feiras. Como driblar os olheiros da Inquisição? Acendendo velas
"para as almas", além das sextas, também às segundas-feiras. Pronto,
estava resolvido o problema. O acendimento das segundas-feiras era só para
despistar e o das sextas para valer. A moda de acender velas duas vezes na semana
pegou. Para felicidade das almas e dos fabricantes de velas.
DIA NACIONAL DA FAXINA
Em que dia da semana os brasileiros costumam fazer a faxina
e trocar a roupa de cama e banho de suas casas? Pense bem antes de responder:
às segundas, terças, quartas ou quintas-feiras? Não acertou? Isso mesmo, pois
todos sabem que o dia nacional consagrado à faxina é às sextas-feiras. Você já
questionou o porquê desse dia? Será que não tem algo a ver com a preparação
para o Shabat, que, por uma estranha coincidência, também acontece ao
entardecer das sextas-feiras? Mais uma coincidência? Não, tudo a ver com um
país que foi descoberto e colonizado por israelitas, que precisaram esconder
essa condição durante muitos séculos para não serem denunciados, perseguidos,
torturados e mortos pela Inquisição, mas que conseguiram transmitir para o
restante da população uma série de costumes, provérbios e princípios que hoje
em dia estão intimamente ligados ao próprio estilo de vida do povo brasileiro,
ao qual os judeus, juntamente com os católicos, protestantes, muçulmanos,
evangélicos, espíritas, budistas, umbandistas e agnósticos fazem questão, com
muita honra, de> pertencer
(1) Kashrut - Lei dietética judaica
(2)- Taref - Alimento impróprio para consumo pela lei dietética judaica
(3)- Shabat - Dia sagrado dos judeus, que vai do entardecer das sextas-feiras ao mesmo período do dia seguinte
(4)- Eliyahu Hanavi - Nome hebraico do Profeta Elias
(5)- Seder - Mesa cerimonial para a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica
(6)- Pessach - Celebração festiva da libertação dos Judeus do jugo egípcio
(7)- Talit - Manto cerimonial utilizado pelos homens no Shabat e datas festivas
(2)- Taref - Alimento impróprio para consumo pela lei dietética judaica
(3)- Shabat - Dia sagrado dos judeus, que vai do entardecer das sextas-feiras ao mesmo período do dia seguinte
(4)- Eliyahu Hanavi - Nome hebraico do Profeta Elias
(5)- Seder - Mesa cerimonial para a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica
(6)- Pessach - Celebração festiva da libertação dos Judeus do jugo egípcio
(7)- Talit - Manto cerimonial utilizado pelos homens no Shabat e datas festivas
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